quarta-feira, 24 de agosto de 2016

Rajm: Apedrejamento até a morte



VÍDEO: Apedrejamento de uma mulher no Afeganistão

O apedrejamento (em árabe “رجم بالحجارة transl, “rajm bialhijara”) conhecido popularmente pelo primeiro nome ‘Rajm’ está previsto na lei islâmica, a sharia, para punir tanto mulheres quanto homens em caso de adultério, fornicação e estupro sendo que a vítima condenada, pode também receber outros tipos de punição, fora o apedrejamento.
Dificuldades legais
As mulheres são mais propensas a ser acusadas de adultério porque elas não podem requerer o divórcio, ao contrário de seus maridos, que podem o fazer quando estiverem insatisfeitos. Além do homem ter o direito de se casar com cinco mulheres, ele também pode manter relações sexuais com uma mulher solteira por meio do “casamento temporário”.
Não é incomum mulheres serem culpabilizadas apenas para receberem a pena. Não existe idade para tal pena, sendo comum casos de meninas apedrejadas até a morte.
Muitos países muçulmanos abandonaram esta forma bárbara de punição devido à influência secular democrático-ocidental ao longo de quase todo o século vinte, porém, desde a revolução islâmica no Irã em 1979, essa prática barbara está voltando, e cada vez com mais força. Nos países governados pela lei islâmica, Sharia como Arábia Saudita, Irã, Afeganistão, Maldivas, Líbia e Iêmen, o apedrejamento é uma das formas legalizadas de punição. Em áreas dominadas pelo Estado Islâmico, o apedrejamento tem sido uma das formas de execução mais utilizadas. A província de Aceh, na Indonésia, legalizou o apedrejamento de adúlteros em 2009, bem como doze estados no norte da Nigéria.
Sob a lei Sharia, o apedrejamento nesses países e regiões, é uma das muitas formas de punições legalizadas, os infratores são mortos como determina a Sharia, mas imprensa internacional, a casos como esses, dão pouca atenção. O apedrejamento à morte de adúlteros e/ou fornicadores são também relatados em países como o Sudão, Turquia, Nigéria e Paquistão, perpetrados extrajudicialmente através de fatwas pelos imãs locais ou por tribunais islâmicos das aldeias.

E qual é a visão dos muçulmanos sobre a pena de morte por apedrejamento?


Segundo uma pesquisa do Pew Research Center, feita em 2010, eram favoráveis ao apedrejamento a seguinte percentagem de muçulmanos: Egito (82%), Paquistão (82%), Jordânia (70%), Nigéria (56%), Indonésia (42%), Líbano (23%) e Turquia (16%).

quarta-feira, 17 de agosto de 2016

Trecho do final da entrevista do presidente Obama na qual ele disse no qual ele diz,ISIS não é islâmico!

"trecho do final da entrevista do presidente Obama"

Obama: O ISIS não é islâmico! nenhuma religião tolera a morte de inocentes.
Repórter Lukas: Mas sr. Presidente, e os mandamentos do islã que manda matar e cometer atos horríveis contra inocentes em nome de Alah.
Obama: Isso não é vdd!

-O repórter Lukas leu os versículos resumidamente devido ao pouco tempo da entrevista mas, aqui estão todos eles por extenso-

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Surata 2, versículos; 191, 193, 216
191. “Matai-os onde quer se os encontreis e expulsai-os de onde vos expulsaram, porque a perseguição é mais grave do que o homicídio. Não os combatais nas cercanias da Mesquita Sagrada, a menos que vos ataquem. Mas, se ali vos combaterem, matai-os. Tal será o castigo dos incrédulos”.
193. “E combatei-os até terminar a perseguição e prevalecer a religião de Alah”.
216 “Está-vos prescrita a luta pela causa de Alah, embora o repudieis. É possível que repudieis algo que seja um bem para vós e, gosteis de algo que vos seja prejudicial; todavia, Alah sabe todo o bem que fizerdes, Alah dele tomará consciência”.

Surata 3, versículos; 157, 158, 169, 177, 178, 195.
157. “Mas, se morrerdes ou fordes assassinados pela causa de Alah, sabei que a Sua indulgência e a Sua clemência são preferíveis a tudo quando possam acumular”.
158. “E sabei que, tanto se morrerdes, como ser fordes assassinados, sereis congregados ante Alah”.
169. “E não creiais que aqueles que sucumbiram pela causa de Alah estejam mortos; ao contrário, vivem, agraciados, ao lado do seu Senhor”.
177. “Aqueles que trocam a fé pela incredulidade, em nada prejudicam a Alah, e sofrerão um doloroso castigo”.
178. “Que os incrédulos não pensem que os toleramos, para o seu bem; ao contrário, toleramo-los para que suas faltas sejam aumentadas. Eles terão um castigo afrontoso”.
195 “Enquanto àqueles que sofreram pela causa de Alah, combateram e foram mortos, absorvê-los-ei dos seus pecados e os introduzirei em jardins, abaixo dos quais corres os rios, como recompensa de Alah”.

Surata 4, versículos; 74, 76, 89, 95, 101
74. “Que combatam pela causa de Alah aqueles dispostos a sacrificar a vida terrena pela futura, porque a quem combater pela causa de Alah, quer sucumba, quer vença, concederemos magnífica recompensa”.
76. “OS fiéis combatem pela causa de Alah; os incrédulos, ao contrário, combatem pela do sedutor. Combatei, pois, os aliados de Satanás, porque a angústia de Satanás é débil”
89 “Não tomeis a nenhum deles por confidente, até que tenham migrado pela causa de Alah. Porém, se se rebelarem, capturai-os então, matai-os, onde quer que os acheis, e não tomeis a nenhum deles por confidente nem por socorredor”.
95 “Os fiéis, que, sem razão fundada, permanecem em suas casas, jamais se equiparam àqueles que sacrificam os seus bens e suas vidas pela causa de Alah; Ele concede maior dignidade àqueles que sacrificam os seus bens e suas vidas do que aos que permanecem em suas casas”.
101 “Os incrédulos; em verdade vos digo, eles são vossos inimigos declarados”.

Surata 5, versículos; 36, 54.
36 “O castigo, para aqueles que lutam contra Alah e contra o Seu Mensageiro e semeiam a corrupção na terra, é que sejam mortos, ou crucificados, ou lhes seja decepada a mão e o pé opostos, ou banidos. Tal será, para eles, um aviltamento nesse mundo e, no outro, sofrerão um severo castigo”.
54 “Ó fiéis, não tomeis por confidentes os judeus nem os cristãos; que sejam confidentes entre si. Porém, quem dentre vós os tomares por confidentes, certamente será um deles; e Deus não encaminha os iníquos”.

Surata 8, Versículos; 12, 13, 14, 15, 16, 17, 59, 60, 65.
12. “E de quando o teu Senhor revelou aos anjos: Estou convosco; firmeza, pois, aos fiéis! Logo infundirei o terror nos corações dos incrédulos; decapitai-os e decepai-lhes os dedos!”
13. “Isso, porque contrariaram Alah e o Seu Mensageiro; saiba, quem contrariar Alah e o Seu Mensageiro, que Alah é Severíssimo no castigo.”
14. “Tal é o castigo pelo desafio; provai-o, pois! E sabei que os incrédulos sofrerão o tormento infernal.”
15. “Ó fiéis, quando enfrentardes em batalha os incrédulos, não lhes volteis as costas.
16. Aquele que, nesse dia, lhes voltar as costas – a menos que seja por estratégia ou para reunir-se com outro grupo incorrerá na abominação de Alah, e sua morada será o inferno. Que funesto destino!”
17. “Vós que não os aniquilastes, ó muçulmanos! Foi Alah quem os aniquilou; e apesar de seres tu ó Mensageiro quem lançou areia, o efeito foi causado por Alah. Ele fez para Se provar indulgente aos fiéis, porque é Oniouvinte, Sapientíssimo.”
59. “E não pensem os incrédulos que poderão obter coisas melhores do que os fiéis. Jamais o conseguirão.”
60. “Mobilizai tudo quando dispuserdes, em armas e cavalaria, para intimidar, com isso, o inimigo de Alah e vosso, e se intimidarem ainda outros que não conheceis, mas que Alah bem conhece. Tudo quanto investirdes na causa de Alah, ser-vos á retribuído e não sereis defraudados.”
65 “Ó Profeta, estimula os fiéis ao combate. Se entre vós houvesse vinte perseverantes, venceriam duzentos, e se houvessem cem, venceriam mil dos incrédulos, porque estes são insensatos.”

 Surata 9, versículos; 5, 14 ,29.
9:5 “Mas quanto os meses sagrados houverem transcorrido, matai os idólatras onde quer que os acheis; capturai-os, acossai-os e espreitai-os; porém, caso se arrependam, observem a oração e paguem o *Jizya, abri-lhes o caminho."
9:14 “Combatei-os! Alah os castigará, por intermédio das vossas mãos.”
9:29 “Combatei aqueles que não creem em Alah e no Dia do Juízo Final, nem abstêm do que Alah e Seu Mensageiro proibiram, e nem professam a verdadeira religião daqueles que receberam o Livro, até que, submissos, paguem o *Jizya."
[*imposto para poder morar entre os Muçulmanos]”.

 Surata 47, versículo 4.
4 “E quando vos enfrentardes com os incrédulos, em batalha, golpeai-lhes os pescoços, até que os tenhais dominado, e tomai os sobreviventes como prisioneiros. Libertai-os, então, por generosidade ou mediante resgate, quando a guerra tiver terminado. Tal é a ordem. E se Alah quisesse, Ele mesmo ter-Se-ia livrado deles; porém, facultou-vos a guerra para que vos provásseis mutuamente. Quanto àqueles que foram mortos pela causa de Alah, Ele jamais desmerecerá as suas obras.”

 Surata 48, versículos; 28, 29.
28. “Ele foi Quem enviou o Seu Mensageiro com a orientação e com a verdadeira religião, para fazê-las prevalecer sobre todas as outras religiões; e Alah é suficiente Testemunha disso.”
29. “Mohammad é o Mensageiro de Alah, e aqueles que estão com ele são severos para com os incrédulos, porém compassivos entre si.”

Surata 61, versículo 4.
4 “Em verdade, Alah aprecia aqueles que combatem, em fileiras, por sua causa, como se fossem uma sólida muralha”.
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Repórter Lukas: Aqui está os mandamentos do Islã, e o sr. não disse que isso não é vdd?! 
Obama: não! isso nunca aconteceu.
Repórter Lukas: aconteceu sim, eu tenho gravado. Sr., Presidente? Sr. presidente porque está correndo? Sr. O sr. não disse que nenhuma religião tolera a morte de inocentes?! Sr!!! Sr.
Presidente? Droga ele fugiu?


“Nesse momento Obama sai da sala de entrevista, e o vídeo termina.”


Referencias:

Pronunciamento oficial de Barak Obama sobre o Estado Islâmico.

Alcorão 

domingo, 14 de agosto de 2016

Raif Badawi

Raif Badawi em 2012

Nascido em 14 de janeiro de 1984, é um escritor ativista saudi-arábico, criador do blog "Free Saudi Liberals" (em português, "Sauditas Liberais Livres").
Raif foi preso em 2012 pela acusação de ter insultado o Islã através de meios eletrônicos, além de também ter sido trazido para corte por acusações de apostasia. O blogueiro foi sentenciado por sete anos na prisão e 600 chibatadas em 2013, sentença essa que, em 2014, foi aumentada para 1000 chibatadas, 10 anos na prisão e uma multa em dinheiro. As chibatas foram parceladas e, a primeira sessão de 50 foi realizada em 9 de janeiro de 2015. A segunda sessão tem sido adiada várias vezes, principalmente por razões da precária saúde de Badawi, que tem hipertensão e tem seu estado piorado desde a primeira sessão. Sua esposa, Ensaf Haidar, alegou que Raif não vai conseguir sobreviver.

Vida pessoal


Raif Badawi foi educado até seu sétimo ano de ensino, assim como sua irmã Samar, que também é ativista. Badawi é pai de três crianças (Terad, Najwa e Miriam) e casou-se com Ensaf Haidar em 2002, na Arábia Saudita. Atualmente, sua mulher e seus três filhos estão em asilo político em Quebec, no Canadá, desde 2013.

Sentença


Em 17 de junho de 2012, Raif Badawi foi preso devido ao crime de "insultar o Islã através de meios eletrônicos", e em dezembro do mesmo ano, também foi acusado de apostasia - crime punido com automática pena de morte. A fundação Human Rights Watch declarou que o blog de Badawi teria criticado figuras religiosas importantes. Além disso, ele também teria sugerido que a Universidade Islâmica Imam Muhammad ibn Saud estava se tornando um "quintal para terroristas".

Badawi foi primeiramente acusado de apóstata em 2008, mas foi liberado após um dia de inquérito. O governo o proibiu de sair do país e congelou suas contas bancárias em 2009. A família de Ensaf, a esposa de Badawi, foi, consequentemente, levada a preencher uma ação na corte para fazer um divórcio forçado do casal devido à acusação de apostasia cometida por Badawi.

Badawi foi acusado pela corte de Jeddah, em dezembro de 2012, de "manter um site que mina a segurança geral", "ridicularizando figuras religiosas islâmicas", e "ter ido 'além do reino da obediência'". Este juiz indicou Badawi para uma corte maior, pelo crime de apostasia, declarando que ele "não poderia dar um veredito no caso de apostasia". Em 22 de dezembro, a Corte Geral em Jeddah decidiu prosseguir com o caso de apostasia. A corte maior se negou a ouvir o caso e voltou o caso para a corte menor.

Após a prisão de Raif, em 2012, a Anistia Internacional declarou que este estava preso "apenas por pacificamente ter exercido seu direito de liberdade de expressão". Um porta-voz do grupo relatou que "Até na Arábia Saudita, local que a repressão é algo recorrente, é inaceitável que uma sentença de pena de morte para um ativista cujo único "crime" foi o de possibilitar um debate online". O Human Rights Watch pediu para que o governo retirasse a sentença, declarando: "A pena colocada contra ele, baseadas apenas no envolvimento de Badawi em construir um blog para pacificamente discutir sobre religião e figuras religiosas, viola seu direito de liberdade de expressão".

Em 30 de julho de 2013, a mídia saudita noticiou que Raif Badawi teria sido sentenciado a sete anos de prisão e 600 chibatadas por criar um fórum online que "viola valores islâmicos e propaga o pensamento liberal". A corte também pediu que o site fosse fechado.
Em 26 de dezembro de 2014, a esposa de Badawi falou a CNN que o juiz havia recomendado Badawi a ir antes que a corte maior lhe sentenciasse a pena de morte por apostasia. Em 7 de maio, Badawi teve sua pena reajustada para 1000 chibatadas e dez anos de prisão. Além disso, ele deveria também pagar uma multa de 1 milhão de riyal (equivalente a mais de 800 mil reais em 2015).

O advogado de Raif Badawi, Waleed Abulkhair foi preso após criar "Monitor dos Direitos Humanos na Arábia Saudita", uma organização de direitos humanos saudita. Ele foi sentenciado por "criar uma organização não-licenciada" e por quebrar a "allegiance with the ruler". Os pedidos de Waleed para licenciar a organização foram negados. Em 7 de julho de 2014, o advogado foi sentenciado a 15 anos de detenção, seguidos por 15 anos proibidos de viajar. A Corte Especializada Criminal em Jeddah o provou culpado de "minar o regime" e "insultar o judiciário".

O advogado Waleed Abu Alkhair falou a BBC que o Sr. Badawi, pai de três crianças, tinha confirmado em corte que era muçulmano, mas falou ao juiz que 'todos tem a escolha de acreditar ou não acreditar'". Alguns dias após a corte ouvir a esposa de Badawi, Ensaf Haidar começou a receber ameaças de morte anônimas. Ela e seus três filhos estão exilados no Canadá.

De acordo com o Human Rights Watch e seu resumo da atuação da Arábia Saudita no Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas, "Durante o ano passado, autoridades sauditas têm assediado, investigado, sentenciado e colocando na cadeia proeminentes e pacíficos dissidentes e ativistas de direitos humanos, sob acusações baseadas apenas nas suas pacíficas práticas dos direitos básicos, particularmente o direito a liberdade de expressão, incluindo Abdullah al-Hamid, Mohammed al-Bajadi, Abd al-Kareem al-Khodr, Omar al-Seed e Raif Badawi". Kacem El Ghazzali falou no Conselho dos Direitos Humanos das Nações Unidas, representando a União Humanista e Ética Internacional (IHEU), criticando a Arábia Saudita por sentenciar Raif Badawi por 7 anos de prisão e 600 chibatadas, a união chamou isso de "sentença violenta gratuita".

Desde março de 2011, as autoridades continuam a campanha de repressão em nome da segurança. As autoridades têm reprimido ativistas pacíficos que pedem por reformas e protestam contra violações de direitos humanos. Aqueles que se expressam, são presos independentemente de serem críticos, blogueiros, ativistas ou acadêmicos. Raif Badawi é apenas um dos muitos"(Anistia Internacional, Canadá).

Em 1 de março de 2015, a esposa de Badawi falou a repórteres que juízes na corte criminal da Arábia Saudita queriam retirar a acusação de apostasia. Se provado culpado, Badawi será sentenciado a morte.
Em Dezembro de 2015, Badawi foi distinguido pelo Parlamento Europeu pelo Prémio Sakharov,, recebido pela sua mulher que para a ocasião se deslocou a Estrasburgo a partir do seu exílio no Canadá.

Referencias:

Wikipedia.org 

Saudi Arabia: Website Editor Facing Death Penalty

quinta-feira, 11 de agosto de 2016

Os lobos (nada) solitários do Estado Islâmico e da Al-Qaeda



De maneira reiterada, serviços de segurança ocidentais e jornalistas que cobrem temas relacionados com a segurança, afirmam que entre as estruturas dos grupos jihadistas militam alguns indivíduos que se radicalizam sós, atuam sós e cometem atos terroristas sós pois, segundo seu ponto de vista, são induzidos ao crime por meio das redes sociais.
Esta versão que fez carreira e rapidamente se dá por veraz, na realidade não é certa. Não há tais lobos solitários. Estado Islâmico e Al-Qaeda são organizações piramidais, estruturadas por células articuladas que atuam sob os critérios da guerra revolucionária e que gravitam ao redor da conspiratividade, da clandestinidade e da compartimentação.
Ninguém que integre um grupo terrorista, seja islâmico como o Estado Islâmico, Hamas, Hizbolah ou Al-Qaeda, ou comunista como as FARC ou o ELN, pode atuar só. As estruturas armadas de uns e outros são células terroristas imbuídas por uma doutrina definida, uma organização básica, e dirigidos por responsáveis político, financeiro, militar, de organização e propaganda, que por sua vez prestam contas a cabeças de nível intermediário e estes aos cabeças superiores.
Nessa ordem de idéias, as ações de cada célula são avaliadas pelas estruturas superiores, devem acoplar-se a um programa tático e estar inseridas em um plano estratégico. A razão é simples: se uma organização terrorista não impõe a disciplina interna, corre o risco de cair na anarquia ou na infiltração do adversário.
Nos casos de terroristas que no último ano atuaram nos Estados Unidos, até o presidente Obama disse que não existe ligação com células jihadistas, em que pese que os cabeças do ISIS reconheceram a autoria. Tal situação raia entre a ingenuidade, o desconhecimento do proceder tático-estratégico dos jihadistas, ou o que é mais grave, o desejo de ocultar informação verdadeira para evitar o pânico.
O ataque terrorista na maratona de Boston, o massacre de San Bernardino-Califórnia e a matança em Orlando-Florida, para citar três casos concretos, corroboram que os terroristas buscaram o mesmo efeito político-estratégico, que os chefes jihadistas internacionais os colocaram de exemplo como mártires para imitar, e que os autores das atrocidades não atuaram sozinhos.
O problema para os países ocidentais radica em que se confunde agressão terrorista com um assunto policial, sem dar-lhe a categoria de segurança nacional que lhe corresponde. Finalmente, repete-se de maneira irresponsável a idéia de que as comunidades islâmicas são discriminadas, que a pobreza é causadora da radicalização e que as mesquitas ou centros de estudos corâmicos não têm nada a ver na radicalização de jovens nascidos no Ocidente, quase todos filhos de muçulmanos que receberam a liberdade que não tinham em seus países de origem.
E na ordem internacional, há dupla moral nos regimes da Arábia Saudita e Paquistão, que amiúde negam qualquer relação de seus funcionários com os terroristas islâmicos, em que pese que os documentos apreendidos do Estado Islâmico e da Al-Qaeda, assim como os interrogatórios a jihadistas, digam o contrário.
A isto soma-se o carnaval de interesses excludentes dos países afetados pelos jihadistas, com a óbvia falta de coordenação dos serviços de inteligência devido a desconfianças mútuas, ou nos casos do Paquistão, Arábia Saudita e seus satélites, dos quais há maiores evidências de cumplicidade com os terroristas.
Em síntese, toda ação terrorista por parte de qualquer jihadista no mundo é a conseqüência de um plano refinado e aprovado por estruturas superiores, de acordo com interesses táticos, estratégicos, políticos e geopolíticos. Em tal sentido, é duvidosa a existência de lobos solitários pois, ao tolerá-los, os grupos jihadistas poderiam cair na anarquia.


Tradução: Perigo Islamico

Família alemã viaja pra Rússia e solicita asilo alegando que seu país não é mais seguro por causa dos imigrantes.

 Andre Griesbach (à esquerda), filhas Julia (centro-esquerda) e Dominique (centro-direita), e da esposa Carola (à direita) são retratados com seus netos. Eles estão segurando uma bandeira russa sob uma variância da família da bandeira Saxônia


Uma família alemã viajou para a Rússia antes de reivindicar asilo – insistindo que sua terra natal não é mais segura por causa do fluxo de imigrantes sírios.
Carola Griesbach, 51, e seu marido André, 45, viajaram cerca de 1.400 milhas do norte da Alemanha para a Praça Vermelha de Moscou em uma van para escapar da "ditadura alemã".
Duas de suas filhas, Dominique e Julia, e quatro de seus netos também foram em uma “viagem espremida” na van.
A família deixou a Alemanha por uma série de razões, incluindo a de que eles estavam preocupados com a elevada taxa de crimes causados por imigrantes sírios recém chegados.
No entanto, ao chegarem na Rússia por volta da véspera de Ano Novo em 2015, eles foram barrados pela polícia em uma floresta nos arredores da capital russa com as autoridades batendo de volta os seus pedidos de asilo, pois o governo russo ainda considera a Alemanha um país "seguro" e por enquanto a família não está autorizada a se tornar requerentes de asilo. Mas os Griesbachs afirmam que não tiveram tempo para organizar a papelada mais adequada.

André disse: “Nós temos se preocupado com nossa segurança desde de 2013 quando diversos alemães fizeram um protesto contra o atual Governo em frente ao prédio do Bundestag [Parlamento]. entre Setembro e Dezembro.
Nós sentimos que a Alemanha não é mais um lugar seguro para nós, ou para criar os filhos.
Quando deixamos a Alemanha em dezembro de 2015 nós não tivemos tempo para organizar qualquer documento.
Nós tiramos apenas um visto de turista para que pudéssemos entrar no país. Não houve tempo para providenciar um visto de trabalho."

Desde que chegou a famosa Praça Vermelha da Rússia, os Griesbachs foram contando com a boa vontade do povo russo e tecnicalidades jurídicas para permitir-lhes para ficar.
Os Griesbachs afirmam que o acordo entre a Rússia e Alemanha para parar de lutar em 1918 não houve acordo de paz verdadeira, e que, portanto, os países ainda estão em guerra. Neste cenário, argumentam eles, o Estado russo tem o dever de protegê-los. E eles estão desesperados para ficar.

André disse: "Queremos ficar aqui e trabalhar. Nós não estamos interessados em viver fora do estado.
Muitas pessoas me ofereceram trabalho, como um agricultor ou um trabalhador da construção civil. Eu construí minha própria casa na Alemanha. Eu também poderia trabalhar como um tradutor ou um professor de língua alemã.
Na Alemanha você precisa tantas qualificações para obter alguns empregos, mas na Rússia você pode apenas fazê-lo. Eu vou ser feliz para trabalhar uma vez que o governo russo me permitir.
Estamos realmente esperando uma decisão para ficar. Estamos realmente livres aqui."

Trabalho como um tradutor pode ser um caminho longo, porém. O caso não está sendo ajudado por sua falta de compreensão do russo e seus fundos de sobrevivência estão secando rápido.

André acrescentou: "Meu russo não é muito bom por isso temos de ter todos os documentos traduzidos.
Como não temos muito dinheiro para sobrevivência, estamos contando com a boa vontade da população local para nos ajudar.
Mas os russos são incrivelmente bons. Ninguém pode vencê-los nesse sentido. Nós certamente não iria receber esse tipo de ajuda de alemães, porque eles são muito egoístas. "

Bem como o egoísmo dos seus colegas alemães, as acusações dos Griesbach sobre a Alemanha vão desde o número de refugiados e falta de democracia à imunização forçado e o "sexualização precoce" das crianças.

André disse: "As pessoas acreditam Alemanha é uma democracia, mas não é.
É moralmente corrupto e as pessoas não fazer sobre qualquer coisa como a pontualidade ou crime mais. Não há sociedade.
A sociedade russa é muito melhor, e Putin é muito melhor exemplo de um líder. O estado alemão é corrupto, então Putin é muito mais responsável do que Merkel.
Eles estão convidando todos os imigrantes mais para que eles possam provocar problemas no país e começar a guerra que o governo quer.
Nenhum país, mas a Alemanha quer que tantos estrangeiros em seu país.
A guerras da Síria são dos americanos pois eles começaram, a Alemanha ajudar a pagar por tudo, isso é estupidez.
Os serviços de proteção à criança são tão rápidos para levar as crianças longe de seus pais. Eles são pagos para fazê-lo, e é quase como o tráfico de crianças ... Nós estávamos preocupados que isso iria acontecer para nós.
E as crianças são expostas ao a sexualidade muito cedo através de roupas e fotos e livros. Não há nenhuma maneira de lutar contra ela.
É muito melhor aqui na Rússia. Eles se preocupam com a família e à coloca em primeiro lugar".

Carola disse: "Todo mundo conhece a situação manipuladora da mídia alemã, e sobre a relação entre os migrantes e a violência é. Os relatos da mídia são sobre uma pequena parte.
Não é seguro para as crianças ou mulheres na Alemanha mais.
A polícia raramente olha para os casos de violência, porque eles são impedidos de fazê-lo pelo sistema ou eles são atacados pelos ativistas dos requerentes de asilo.
Mas quero deixar claro - não temos nada contra os requerentes de asilo. Temos o dever de ajudar as pessoas em situação pior do que nós e que realmente precisam ajuda."

Quanto ao resto dos parentes que ficaram na Alemanha, a família diz que eles têm o seu total apoio deles.

André disse: "Falamos com os nossos parentes pelo Facebook eles estão a nos apoiar.
Não vamos vê-los novamente, a menos que eles vêm aqui para visitar. Viajar para qualquer lugar na UE está fora de questão para nós."

Eles têm recebido apoio de muito alemães em situação semelhante na Alemanha, no entanto. Os requerentes de asilo têm sido ridicularizados on-line por seus compatriotas de esquerda.

L. Klingenberg escreveu: "Honestamente, eu não sei se devo rir ou chorar por causa dos filhos. Antes de eu encher dinheiro para baixo suas gargantas, eu prefiro dar dinheiro para uma organização de refugiados local, que cuida de refugiados sírios requerentes de asilo”


Lara Kareglazka escreveu: "É uma pena que as crianças têm de sofrer para a idiotice dos pais e avós. Irresponsável e anti-social!"


segunda-feira, 8 de agosto de 2016

França: magro arsenal jurídico contra o jihadismo


Há quatro meses das eleições primárias da direita e há nove meses da eleição presidencial, Hollande e Valls querem despedaçar o campo da direita, e atrair de novo o redil socialista a seus aliados habituais, comunistas, verdes e radicais.

A lassidão e a cegueira oficial continuam vigentes na França. Insensível ao clamor popular que pede mão dura contra o terrorismo islâmico, especialmente após a matança de 84 pessoas em Nice, o presidente François Hollande freou, através de seu primeiro-ministro Manuel Valls, tudo o que pôde para que o novo plano de segurança, negociado com a oposição na Assembléia Nacional, seja magro e mesquinho. Após sete horas de acalorado debate parlamentar com a direita, o compromisso que saiu disso só consta de três pontos: o prolongamento do estado de urgência até janeiro próximo, a possibilidade de realizar invasões domiciliares sem permissão de um juiz e a possibilidade de explorar os dados que se encontrarem em computadores e telefones apreendidos.

Com esse arsenal jurídico mínimo, a dupla Hollande-Valls pensa enfrentar a guerra bestial que o Daesh (ISIS) decretou à França.
O primeiro-ministro Valls teve de agüentar uma sabatina dos deputados quando sugeriu que seu governo havia feito “todo o necessário” contra o terrorismo. Cinco dias depois do massacre de Nice e oito meses depois da matança no Bataclan e no Hyper Cacher, em Paris, esse balanço é, para muitos, inaceitável. O partido gaullista Los Republicanos (LR) propõe há meses uma série de medidas que, sem ser milagrosas, poderiam melhorar a luta anti-terrorista e proteger mais eficazmente a população: reforçar o estado de urgência, aumentar o poder dos governadores, utilizar o direito de fazer invasões domiciliares administrativas, criar centros de retenção para os jihadistas que regressam à França, expulsar os estrangeiros condenados por haver cometido delitos, pôr tornozeleiras eletrônicas nos suspeitos de poder atentar contra a segurança nacional, fechamento das mesquitas salafistas, expulsão dos imanes estrangeiros que predicam o ódio anti-francês e anti-semita, culpabilizar os que consultam os portais web islâmicos e deter provisoriamente os menores envolvidos em delitos relacionados com a empresa terrorista.
Só três desses pontos foram adotados na noite da terça-feira passada. Nesse debate Manuel Valls mostrou-se resistente a adotar uma “legislação de exceção”, alegando que isso equivaleria a “abandonar o Estado de direito”.
Nada disso, retrucou Gérard Larcher, presidente do Senado: “O Senado presta grande atenção a respeito das liberdades, porém também procura de forma permanente a eficácia”, declarou. E insistiu: “Estamos em estado de guerra. O Estado de direito deve se ajustar ao estado de guerra”. O momento mais candente ocorreu quando Laurent Vauquiez, do LR, ante a insistência de Valls sobre a inconveniência de adotar um arsenal repressivo conseqüente, lhe lançou: “O senhor invoca a liberdade pessoal dos terroristas. Não há liberdade para os inimigos da República”.
A carga foi violenta e gerou protestos na bancada de esquerda, pois alude forçosamente a um caso de consciência que racha a credibilidade de Hollande: se seu governo não houvesse derrogado uma disposição do governo anterior, durante a presidência de Nicolas Sarkozy, o terrorista que massacrou 84 pessoas em Nice não teria podido cometer essa atrocidade: em sua qualidade de delinqüente estrangeiro, ele teria sido expulso da França após haver sido condenado, em março de 2006, por atos violentos cometidos contra um particular. Não o foi, pois, lamentavelmente, a ministra da Justiça de Hollande, Christiane Taubira, campeã da lassidão, desbaratou, por puro sectarismo, quase todas as reformas penais da era Sarkozy.
Na realidade, a lógica jurídica não é o que explica o angelicalismo suicida de Valls. A virulência do discurso governamental contra a oposição, contra suas propostas anti-terroristas, inclusive contra o informe da comissão parlamentar Fenech-Pietrasanta, deve-se, temem alguns observadores, a cálculos políticos egoístas.
A quatro meses das eleições primárias da direita e a nove meses da eleição presidencial, Hollande e Valls querem despedaçar o campo da direita e atrair de novo ao curral socialista seus habituais aliados comunistas, verdes e radicais, e preparar as profundas divisões no seio do PS, o qual está em crise, perde militantes e conta até com frações muito hostis ao governo Valls na Assembléia Nacional. Toda concessão no terreno da segurança seria vista, eles calculam, como um triunfo da direita e da extrema-direita, e como uma capitulação antes tais formações, o que reduziria ainda mais a escassa margem que François Hollande teria - no caso de ser de novo candidato da esquerda - de chegar ao segundo turno na eleição presidencial.
Tal estratégia explica por que, antes do atentado de Nice, muitas concessões foram feitas em matéria de (in)segurança, na perspectiva de impedir que a brecha não se amplie ainda mais no campo esquerdista.

Os resultados de tal política foram desastrosos porém, o que mais indigna a opinião pública é ver que a catástrofe de Nice não levou Hollande a reconhecer seus erros. “O tríptico emoção, comunicação e banalização, a partir do momento em que nos afastamos da tragédia, já não funciona”, denunciou Eric Ciotti. O deputado LR assinala assim o pernicioso trabalho de certa imprensa de esquerda, escrita e audio-visual, que insistia, no começo, no caráter islâmico do atentado de Nice, tese que o procurador François Moulains derrubou. Ele explicou as fases da rápida radicalização islâmica do terrorista, que havia começado a planejar sua matança sete meses antes deste 14 de julho. Ciotti aponta igualmente contra a tentativa da mesma imprensa de censurar, quando não de desvirtuar e ridicularizar as exigências da oposição. A imprensa adicta ao governo sugere, por exemplo, que a vaia massiva contra Valls em Nice foi instigada pela “extrema-direita fascista”, quando foi, na realidade, uma reação expontânea das pessoas ante a ira desatada pela ausência de força pública na terrível noite do atentado”.

ESCRITO POR EDUARDO MACKENZIE EM 28/ 07/ 2016

França: depois do terceiro ataque jihadista


O exército francês está no limite de sua capacidade de ação: ele já patrulha as ruas da França e está posicionado na África e no Oriente Médio. Foto: soldados franceses protegem uma escola judaica em Estrasburgo, fevereiro de 2015.
(Imagem: Claude Truong-Ngoc/Wikimedia Commons)




Nice, 14 de julho de 2016: Dia da Queda da Bastilha. As festividades da noite estavam chegando ao fim. Conforme a multidão assistia a queima de fogos de artifício começava a se dispersar, o motorista de um caminhão de 19 toneladas, dirigindo em zigue-zigue, atropelava todos que estavam em seu caminho. Dez minutos mais tarde, após ter assassinado 84 pessoas, ele foi baleado e morto. Dezenas ficaram feridas; muitos ficarão aleijados para o resto da vida. Sobreviventes atordoados vagavam pelas ruas da cidade durante horas.

Âncoras das redes de notícia da televisão francesa se apressaram em realçar que, com certeza, se tratava de um "acidente", quando as autoridades francesas começaram a falar de terrorismo, ressaltaram que o motorista só podia ser um louco. Quando a polícia divulgou o nome e a identidade do assassino, e que no passado ele já tinha estado em depressão, ela aventou que ele poderia ter atuado em um rompante de "alta ansiedade". Os policiais entrevistaram testemunhas que atestaram que ele "não era um muçulmano devoto" -- talvez nem sequer muçulmano.

O presidente François Hollande fez um pronunciamento algumas horas mais tarde afirmando sua determinação em "proteger a população."

O primeiro-ministro Manuel Valls repetiu o que já havia dito há 18 meses: "a França está em guerra." Ele identificou o inimigo: "islamismo radical", mas logo se apressou acrescentando que o "islamismo radical" "nada tem a ver com o Islã." Ele então repetiu o que já havia enfatizado em tantas ocasiões: os franceses terão que se acostumar a conviver com a "violência e com os ataques".

A reação popular mostrou que Valls não convenceu praticamente ninguém. Os franceses estão ficando cada vez mais cansados das tentativas de exonerar o Islã. Eles sabem muito bem que nem todos os muçulmanos são culpados. Eles também sabem que, no entanto, todos que cometeram atentados na França nos últimos anos eram muçulmanos. Eles não se sentem protegidos por François Hollande. Eles estão vendo que a França está sendo atacada com mais intensidade e que o Islã radical declarou guerra, mas não estão vendo a França reagir também declarando guerra ao Islã radical. Eles não querem de jeito nenhum se acostumar com "violência e ataques". Eles não querem estar no lado dos derrotados e já sentem que estão sendo derrotados.

Pelo fato do partido Frente Nacional usar uma linguagem mais robusta, boa parcela dos eleitores votarão em seus candidatos. A líder da Frente Nacional Marine Le Pen, vencerá, sem a menor sombra de dúvida, o primeiro turno da eleição presidencial no próximo ano. Ela provavelmente não será eleita no segundo turno, mas se nada for feito rápida e inequivocamente, ela terá boa chance da próxima vez.

Os políticos moderados leem as pesquisas de opinião, endurecem a sua retórica e recomendam políticas mais duras. Alguns podem exigir medidas mais duras, tais como a expulsão de terroristas detidos que têm dupla cidadania e a detenção daqueles que defendem os ataques. Há outros que até já pediram a instauração da lei marcial.

A calma voltará gradualmente, mas não há dúvida que a situação na França está se aproximando do ponto de ebulição.

Os recentes ataques serviram de catalisador. Quatro anos atrás, quando Mohamed Merah assassinou soldados e judeus em Toulouse, a população não reagiu. A maioria dos franceses não se sentiu diretamente afetada; soldados eram apenas soldados e judeus eram apenas judeus. Quando em janeiro de 2015 os cartunistas da redação da revista Charlie Hebdo foram massacrados, uma reação emocional tomou conta do país, desaparecendo logo em seguida. Foi organizada uma grande manifestação em nome da "liberdade de expressão" e dos "valores da república". Centenas de milhares entoavam palavras de ordem: "Je Suis Charlie" ("Eu sou Charlie"). Dois dias depois, novamente quando judeus foram assassinados em uma mercearia kasher, praticamente ninguém disse: "Eu sou Judeu."

Aqueles que tentaram se pronunciar sobre a jihad foram imediatamente silenciados. Nem mesmo um ano depois, em novembro, quando do banho de sangue na casa noturna Bataclan não motivou protestos mas causou um choque profundo. A grande mídia e o governo já não podiam mais esconder que se tratava de um ato de jihad. O número de mortos era tremendamente alto; já não era mais possível simplesmente seguir adiante. A grande mídia e o governo fizeram o máximo para minimizar a raiva e a frustração e maximizar a tristeza. Cerimônias solenes com flores e velas estavam por toda parte. Foi declarado "estado de emergência" e soldados foram para as ruas.

Então a sensação do perigo foi se esvaecendo. O campeonato de futebol Euro 2016 foi organizado na França e o bom desempenho da equipe francesa criou uma falsa sensação de união.

O ataque em Nice foi mais um sinal de alerta. Ele lembrou, de forma brutal, a todos que o perigo ainda estava presente, mais mortal do que nunca, e que as medidas tomadas pelas autoridades não passavam de gesticulações inúteis. Voltaram as lembranças das mortes anteriores.

Esforços para esconder que Mohamed Lahouaiej-Bouhlel, o terrorista de Nice, era jihadista não enganava mais ninguém. Apenas enfureceu mais, frustrou mais e aumentou o desejo para que houvesse uma atuação eficiente.

Dias antes do ataque em Nice, a mídia informou que o relatório da Comissão Parlamentar de Inquérito sobre o ataque à casa noturna Bataclan revelou que as vítimas foram brutalmente torturadas e mutiladas e que o governo tentou encobrir os fatos. Agora o público inteiro descobriu a extensão do horror, colocando mais lenha na fogueira.

Parece que agora a França está à beira de um momento revolucionário; não irá demorar muito para que haja uma explosão. A situação é muito mais grave do que muitos imaginam.

Regiões inteiras da França estão sob controle de gangues e imãs radicais. O governo delicadamente as chama de "zonas urbanas sensíveis". Em outros lugares são chamadas, franca e diretamente, de "zonas proibidas." Há mais de 570 delas.

Centenas de milhares de jovens muçulmanos vivem naquelas regiões. Muitos são bandidos, traficantes de drogas e ladrões. Outros tantos alimentam um ódio profundamente enraizado pela França e pelo Ocidente. Os recrutadores de organizações jihadistas dizem a eles, diretamente ou através das redes sociais, que se matarem em nome de Alá obterão o status de mártires. Centenas estão a postos. Eles são granadas sem o pino de segurança que podem explodir em qualquer lugar, a qualquer momento.

Embora a posse, transporte e venda de armas sejam rigorosamente regulamentadas na França, armas de guerra circulam livremente. E obviamente o ataque em Nice demonstrou novamente que não há necessidade de arma de fogo para se cometer assassinato em massa.

Vinte mil pessoas estão na lista dos "arquivos-S" do governo, um sistema de alerta para identificar indivíduos ligados ao Islã radical. A maioria não é monitorada. Mohamed Merah o assassino de Toulouse, os assassinos dos cartunistas da revista Charlie Hebdo e muitos dos terroristas que atacaram a casa noturna Bataclan constavam dos arquivos-S. Mohamed Lahouaiej-Bouhlel, o terrorista que atacou em Nice, não estava na lista.

O chefe de inteligência da França ressaltou recentemente que mais ataques estão por vir e que muitos assassinos em potencial perambulam livremente, sem serem detectados.

Fazer o que o governo francês está fazendo hoje não vai ajudar em nada. Muito pelo contrário. A França está à mercê de outro ataque que irá incendiar o barril de pólvora.

Fazer mais do mesmo irá piorar as coisas antes que elas melhorem. Reconquistar o controle de muitas regiões acarretará mobilizar o exército; os esquerdistas e anarquistas com certeza se empenharão em aumentar ainda mais a desordem.

Colocar na prisão qualquer um que tenha algum motivo de estar preso em nome da segurança pública implicaria em algo mais do que a lei marcial; seria a suspensão das liberdades democráticas e mesmo assim seria uma tarefa impossível. As prisões da França já estão lotadas. A polícia está em desvantagem numérica, dando sinais de esgotamento. O exército francês está no limite da sua capacidade para a ação: ele já patrulha as ruas da França e está posicionado na África e no Oriente Médio.

Sucessivos governos montaram uma armadilha; os franceses, que estão dentro dela, pensam apenas em uma maneira de escapar.

Os responsáveis por isso são o Presidente François Hollande e o Primeiro Ministro Manuel Valls. Por anos a fio, muitos na França apoiaram qualquer movimento que condenasse o "racismo islamofóbico". Eles aprovaram leis definindo críticas ao Islã como "crime de ódio". Eles dependiam cada vez mais do voto muçulmano para vencer eleições. O mais importante instituto interdisciplinar de estudos de esquerda da França, Terra Nova, considerado próximo ao Partido Socialista, publicou vários levantamentos explicando que a única maneira da esquerda vencer eleições é atrair os votos dos imigrantes muçulmanos e incluir mais muçulmanos na população do país.

A direita moderada também é culpada. O Presidente Charles de Gaulle criou a "política árabe da França", um sistema de alianças com algumas das piores ditaduras árabes-muçulmanas do mundo, na crença de que a França iria recuperar seu poder graças a este sistema. O presidente Jacques Chirac seguiu os passos de Charles de Gaulle. O presidente Nicolas Sarkozy ajudou a derrubar o regime de Gaddafi na Líbia e carrega enorme responsabilidade pelo caos que se seguiu.

Há uma década a armadilha revelou seus efeitos letais. Em 2005 distúrbios em toda a França mostraram que as manifestações muçulmanas poderiam levar a França à beira da destruição. O incêndio foi extinto graças aos apelos de organizações muçulmanas pedindo calma. Desde então a França ficou à mercê de mais distúrbios.

A opção foi a de apaziguamento. O que não impediu a deterioração de ganhar terreno.

François Hollande tomou decisões precipitadas que colocaram a França no olho do furacão. Percebendo que os interesses estratégicos da França corriam perigo, lançou operações militares contra grupos islamistas na África Subsariana. Notando que muçulmanos franceses estavam indo treinar e participar ativamente da jihad na Síria, ele decidiu usar o exército francês em ações contra o Estado Islâmico.

Ele não previu que grupos islâmicos e o Estado Islâmico iriam retaliar e atacar a França. Ele não percebeu a extensão da vulnerabilidade da França, exaurida por dentro.

As consequências expuseram à luz do dia um cenário assustador. O islamitas viram o cenário e não deixaram de gostar do que viram.

Em seus websites, eles muitas vezes citam uma mensagem de Osama bin Laden: "quando as pessoas veem um cavalo forte e um cavalo fraco, naturalmente irão querer ficar com o cavalo forte."

Ao que tudo indica eles acreditam que a França é um cavalo fraco e que o Islã radical pode fazer a França ficar de joelhos em cima de um amontoado de poeira e escombros. Também parece que eles acreditam que o tempo está a favor deles -- assim como a demografia. Os muçulmanos já compõem cerca de 10% da população francesa; 25% dos adolescentes na França são muçulmanos.

O número de muçulmanos franceses que querem a Lei Islâmica (Sharia) implementada na França cresce ano a ano, bem como o número de muçulmanos franceses que aprovam a jihad violenta. Franceses em número cada vez maior deploram o Islã, mas estão tomados pelo medo. Até mesmo os políticos que parecem estar prontos para lutar não mexem com o Islã.

Ao que tudo indica os islamitas acreditam que nenhum político francês irá superar o que mais parece uma perfeita tempestade árabe. Eles parecem ter a sensação de que o Ocidente já está derrotado e não tem mais condições de levar a melhor. Eles estão errados?



Dr. Guy Millière, professor da Universidade de Paris, é autor de 27 livros sobre a França e a Europa.

Publicado no site do Gatestone Institute.

Tradução: Perigo Islâmico 

Arabia Saudita aspectos políticos, culturais e economicos


Bandeira do Reino da Arábia Saudita

O Reino da Arábia Saudita foi fundado por Abd al-Aziz Al Saud (mais conhecido ao longo de toda sua vida adulta como Ibn Saud) em 1932, embora as conquistas que levaram à criação do Reino tenham começado em 1902, quando ele capturou Riade, a casa ancestral de sua família, a Casa de Saud, conhecida em árabe como Al Saud. Desde a criação do país, o sistema político tem sido o de uma monarquia absoluta teocrática. O governo saudita se descreve como islâmico e é altamente influenciado pelo uaabismo. A Arábia Saudita muitas vezes é chamada de "Terra das Duas Mesquitas Sagradas", em referência às mesquitas al-Masjid al-Haram (em Meca) e al-Masjid an-Nabawi (em Medina), os dois lugares mais sagrados do islamismo.

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Religião


Há cerca de 25 milhões de pessoas no país que são muçulmanas, ou 97% da população total.Os dados para a Arábia Saudita vêm principalmente de pesquisas à população em geral, que são menos confiáveis do que censos ou pesquisas demográficas e de saúde em larga escala para estimar minorias e maiorias populacionais. Entre 85 e 90% dos sauditas são sunitas, enquanto os xiitas representam entre 10 e 15% da população muçulmana.
A forma oficial e dominante do islamismo sunita na Arábia Saudita é conhecida como wahhabismo (sendo que alguns consideram este termo pejorativo, preferindo o uso do termo salafismo ). Fundado na Península Arábica por Muhammad ibn Abd al Wahhab no século XVIII, esse movimento é muitas vezes descrito como "puritano", "intolerante" ou "ultra-conservador". Entretanto, os proponentes consideram que seus ensinamentos procuram purificar a prática do islamismo de quaisquer inovações ou práticas que se desviam dos ensinamentos do profeta Maomé e de seus seguidores do século VII. Os muçulmanos xiitas enfrentam perseguição no emprego e em cerimônias religiosas.
Em 2010, o Departamento de Estado dos Estados Unidos afirmou que na Arábia Saudita "a liberdade de religião não é reconhecida ou protegida sob a lei e é severamente restrita na prática" e que "as políticas do governo continuam a colocar graves restrições à liberdade religiosa" no país. Nenhuma outra religião que não seja o islamismo pode ser praticada, embora haja cerca de um milhão de cristãos no país, quase todos trabalhadores estrangeiros. Na Arábia Saudita igrejas ou outros templos não-muçulmanos são proibidos. Mesmo a realização de orações de forma privada é proibida na prática e a polícia religiosa saudita supostamente investiga regularmente as casas de cristãos. Os trabalhadores estrangeiros tem que comemorar o Ramadã, mas não estão autorizados a celebrar o Natal ou a Páscoa. A conversão por muçulmanos para outra religião (apostasia) é punida com a pena de morte, embora não tenha havido relatos confirmados de execuções por apostasia nos últimos anos. O proselitismo religioso por não-muçulmanos é ilegal e o último sacerdote cristão foi expulso da Arábia Saudita em 1985. De acordo com a Human Rights Watch, a minoria xiita do país sofre discriminação sistemática do governo saudita na educação, no sistema judiciário e em suas liberdades, especialmente a religiosa. Várias restrições são impostas para a celebração pública de festas xiitas, como o Ashura.
A minoria xiita que vive no país, principalmente na província de Ash Sharqiyah, é submetida a discriminação institucionalizada pelo governo, além de desigualdade econômica e repressão política. De acordo com um estudo conduzido pelo Dr. Al- Nura Suwaiyan, diretor do programa de segurança da família no Hospital da Guarda Nacional, uma em cada quatro crianças são abusadas sexualmente na Arábia Saudita.  A Sociedade Nacional de Direitos Humanos informou que quase 45% dos crianças do país estão enfrentando algum tipo de abuso e violência doméstica.O tráfico de mulheres também é considerado um problema particular na Arábia Saudita, devido ao grande número de trabalhadoras domésticas estrangeiras no país, sendo muitas delas vítimas de abuso e tortura. A endogamia é generalizada no país e resultou da prática tradicional de incentivar o casamento entre parentes próximos, o que produziu altos níveis de várias doenças genéticas, como talassemia, anemia falciforme, atrofia muscular espinal, surdez e mudez.

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Governo e política

 
 Rei Salman, o líder da Arábia Saudita.

A Arábia Saudita é uma monarquia absoluta teocrática, embora, de acordo com a Lei Básica da Arábia Saudita adotada por decreto real em 1992, o rei deve estar de acordo com a Sharia (isto é, a lei islâmica) e o Alcorão. O Alcorão e a Sunnah (as tradições de Maomé) são declarados como a constituição e nenhuma constituição moderna já foi escrita para o país. A Arábia Saudita é o único país árabe onde nunca houve eleições nacionais, desde a sua criação. Partidos políticos ou eleições nacionais são proibidas e, de acordo com Índice de Democracia de 2010 feito The Economist, o governo saudita era o sétimo regime mais autoritário do mundo, entre os 167 países avaliados na pesquisa.
Na ausência de eleições nacionais e de partidos políticos, a política na saudita ocorre em duas arenas distintas: entre a família real, a Casa de Saud, e entre os monarcas e o resto da sociedade. Fora da família Saud, a participação no processo político é limitada a um pequeno segmento da população e assume um tipo de consultoria da família real sobre decisões importantes. Este processo não é divulgado pela mídia local.
Por costume, todos os homens maiores de idade têm o direito de petição ao rei diretamente através da reunião tribal tradicional conhecida como majlis. Em muitos aspectos, a abordagem de governo difere pouco do sistema tradicional de regra tribal. A identidade tribal continua forte no país e, fora da família real, a influência política é frequentemente determinada pela afiliação tribal, com xeques tribais mantendo um grau considerável de influência sobre eventos locais e nacionais. Como mencionado anteriormente, nos últimos anos tem havido medidas limitadas para ampliar a participação política, como a criação do Conselho Consultivo no início de 1990 e do Fórum de Diálogo Nacional em 2003.
O governo da família Saud enfrenta oposição política a partir de quatro fontes: ativismo islâmico sunita, principalmente a Província Oriental; críticos liberais; minoria xiita; e antigos adversários tribais e regionais (por exemplo, no Hejaz). Destes, os ativistas islâmicos foram a ameaça mais importante para o regime e nos últimos anos perpetraram uma série de atos violentos ou terroristas no país. No entanto, protestos populares abertamente contra o governo, mesmo que pacíficos, não são tolerados.
A Arábia Saudita é o único país do mundo que proíbe as mulheres de dirigir.

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Sistema legal

O Alcorão é a constituição oficial do país


A Lei Básica, em 1992, declarou que a Arábia Saudita é uma monarquia governada pelos descendentes de Ibn Saud. Também declarou o Alcorão como a constituição do país, governado com base na lei islâmica.
Questões criminais são julgadas em tribunais da Sharia no país. Esses tribunais exercem autoridade sobre toda a população. Casos envolvendo pequenas penalidades são julgados em tribunais sumários da Sharia. A maioria dos crimes graves são julgados em tribunais da Sharia de questões comuns. Tribunais de recurso julgam os recursos dos tribunais da Sharia.
Causas também podem ser julgados em tribunais da Sharia, com uma exceção: os xiitas podem julgar casos desse tipo em seus próprios tribunais. Outros processos cíveis, incluindo os que envolvem queixas contra o governo e a execução de sentenças estrangeiras, são submetidos inicialmente a tribunais administrativos especializados, tais como a Comissão para a Resolução de Conflitos Laborais e o Conselho de Queixas.

O Alcorão é a constituição oficial do país e a primeira fonte de direito civil. A Arábia Saudita um dos varios países islamicos que em transformou um texto religioso em político.
As principais fontes de direito saudita são a fiqh hambali, consagrada em vários tratados acadêmicos especificados por juristas competentes, outras escolas de direito, as regulamentações estatais e decretos reais (quando estes são relevantes), e o costume e a prática.
O sistema legal saudita prescreve pena de morte ou castigo físico, incluindo amputação das mãos e dos pés para certos crimes, como assassinato, roubo, estupro, contrabando de drogas, atividade homossexual e adultério. O roubo é punível com a amputação da mão, embora raramente seja fixada para a primeira ofensa. Os tribunais podem impor outras penas severas, como flagelações para crimes menos graves contra a moralidade pública, como a embriaguez. Homicídio, morte acidental e lesão corporal estão abertas à punição pela família da vítima. Retribuição pode ser pedida em espécie ou através de dinheiro. O dinheiro de sangue a pagar pela morte acidental de uma mulher ou de um homem cristão é a metade do que para um homem muçulmano. Todos os outros (hindus, budistas e sikhs) são avaliados em 1/16 daquele valor. A principal razão para isto é que, de acordo com a lei islâmica, os homens devem ser os fornecedores para as suas famílias e, portanto, espera-se que ganhem mais dinheiro em suas vidas. O dinheiro de sangue de um homem deveria sustentar sua família, pelo menos durante um curto período de tempo. Os assassinatos devido à honra também não são punidos tão severamente como assassinato. Isto geralmente decorre do fato de que os assassinatos devidos à honra ocorrem dentro de uma família e são feitos para compensar algum ato 'desonroso' cometido. A escravidão foi abolida em 1962. Muitas leis relacionadas a esta[necessário esclarecer] implicam punições severas, como flagelações por ingressar com o tipo incorreto de visto.
Devido a religião, a Árabia Saudita é o único país onde as mulheres são proibidas de dirigir.
Direitos humanos

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Direitos Humanos

Em 2014, o escritor saudita Raif Badawi foi condenado a 10 anos de prisão e 1000 chibatadas por "insultar o Islã"



A Arábia Saudita tem sido muito criticada por seu histórico de desrespeito aos direitos humanos. As questões que têm atraído fortes críticas incluem a posição extremamente desvantajosa das mulheres dentro da sociedade saudita, a discriminação religiosa e a falta de liberdade religiosa e política. Entre 1996 e 2000, a Arábia Saudita aderiu a quatro convenções da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre direitos humanos e, em 2004, o governo aprovou a criação da Sociedade Nacional para os Direitos Humanos (SNDH), composta por funcionários do governo, para monitorar sua implementação. As atividades da SNFH têm sido limitadas e subsistem dúvidas sobre a sua neutralidade e independência. A Arábia Saudita continua a ser um dos poucos países do mundo que não aceitam a Declaração Universal dos Direitos Humanos da ONU. Em resposta às críticas contínuas de seu histórico de direitos humanos, o governo saudita aponta para o caráter islâmico especial de seu país e afirma que isso justifica uma ordem social e política diferente da do resto do mundo.

Direito das mulheres na Arábia Saudita


O Departamento de Estado dos Estados Unidos considera a "discriminação contra as mulheres um problema significativo" na Arábia Saudita e observa que as mulheres têm poucos direitos políticos devido a políticas discriminatórias do governo local.
Um relatório especial da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre a violência doméstica em 2008, notou a ausência de leis que criminalizem a violência contra as mulheres. Um relatório produzido pelo Fórum Econômico Mundial de 2010 sobre igualdade de gênero classificou a Arábia Saudita no 129º lugar entrem os 134 países avaliados.
Sob a lei saudita, cada mulher adulta deve ter um parente do sexo masculino como seu "guardião". Como resultado, a organização Human Rights Watch descreve a situação jurídica das mulheres sauditas como equivalente a de um menor de idade, com pouca autoridade legal sobre a sua própria vida. As autoridades governamentais podem forçar as mulheres a obter a permissão legal de um guardião masculino para viajar, estudar ou trabalhar. O guardião está legalmente autorizado a fazer uma série de decisões críticas em nome de uma mulher.

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Economia

A economia planificada da Arábia Saudita tira suas receitas majoritariamente do petróleo. Cerca de 75% das receitas orçamentais e 90% das receitas de exportação vêm da indústria de petróleo. A indústria petrolífera compõe cerca de 45% do produto interno bruto nominal saudita, em comparação com 40% do setor privado. O país tem oficialmente cerca de 260 bilhões de barris (4,1 × 1.010 m³) de reservas de petróleo, compreendendo cerca de um quinto das reservas provadas totais do mundo.
O governo está tentando promover o crescimento do setor privado através da privatização de setores como a energia e as telecomunicações. O país anunciou planos para começar a privatizar empresas de energia elétrica em 1999, que se seguiu à privatização das empresas de telecomunicações. A escassez de água e o rápido crescimento da população pode restringir os esforços do governo para aumentar a auto-suficiência em produtos agrícolas.
Na década de 1990, a Arábia Saudita sofreu uma contração significativa das receitas do petróleo, combinados com uma elevada taxa de crescimento da população. A renda per capita saudita caiu de um pico de 11.700 dólares, no auge do boom do petróleo em 1981, para 6.300 dólares em 1998. O aumento dos preços do petróleo desde 2000 ajudaram a aumentar o PIB per capita para 17.000 dólares em 2007 dólares, ou cerca de 7.400 dólares ajustados pela inflação. Tendo em conta o impacto das mudanças reais do preço do petróleo sobre a renda real do produto interno bruto do Reino, o comando - base real PIB foi calculado para ser 330,381 bilhões de dólares em 2010.
O aumentos de preço do petróleo entre 2008 e 2009 provocaram um segundo boom econômico, empurrando o excedente orçamental da Arábia Saudita para 28 bilhões de dólares em 2005. O Tadawul (o índice do mercado de ações saudita) terminou 2004 com uma maciça alta de 76,23% para fechar em 4437,58 pontos. A capitalização de mercado foi de 110,14 % em relação ao ano anterior, situando-se em 157,3 bilhões dólares, que o torna o maior mercado de ações no Oriente Médio. A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) limita a produção de petróleo de seus membros com base em suas "reservas provadas". O nível das reservas confirmadas da Arábia Saudita mostraram poucas alterações desde 1980, sendo a principal exceção sendo um aumento de cerca de 100 bilhões de barris (1,6 × 1010 m3) entre 1987 e 1988. O investidor estadunidense Matthew Simmons sugeriu que a Arábia Saudita está exagerando muito nas estimativas de suas reservas e que em breve poderá apresentar um declínio de produção (ver pico do petróleo).
A Arábia Saudita é um dos poucos países em rápido crescimento econômico no mundo, com uma renda per capita relativamente elevada de 24.200 dólares (2010). O país pretende lançar seis "cidades econômicas" (por exemplo, a Cidade Econômica Rei Abdullah), que são estão previstas para serem concluídas até 2020. Essas seis novas cidades industrializadas têm a intenção de diversificar a economia da Arábia Saudita e espera-se que aumentem a renda per capita do país. O rei da Arábia Saudita anunciou que a renda per capita deveria aumentar de 15.000 dólares em 2006, para 33.500 dólares em 2020.  As cidades serão espalhadas pelo território saudita para promover a diversificação de cada região e de sua economia.
Os relatos de pobreza no país continuam a ser um tabu para o governo saudita. Em dezembro de 2011, dias após os levantes da Primavera Árabe, o Ministério do Interior saudita deteve o repórter Feros Boqna e dois colegas e os mantiveram presos por quase duas semanas para questionamentos depois que eles enviaram um vídeo sobre o tema para o YouTube. As estatísticas sobre o assunto não estão disponíveis por meio das Nações Unidas porque o governo saudita não emite os seus índices de pobreza. Os observadores e pesquisadores desse assunto preferem ficar anônimos por causa do risco de serem presos. Três jornalistas — Feras Boqna, Hussam al-Drewesh e Khaled al-Rasheed — foram detidos depois de postar um filme no YouTube de dez minutos de duração chamado "Mal3ob 3alena", ou "Nós estamos sendo enganados", mostrando sauditas vivendo na pobreza. Os autores do vídeo afirmam que 22% da população do país é considerada pobre (2009) e que 70% dos sauditas não são donos de suas casas.
Infraestrutura

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Educação



Quando o Reino da Arábia Saudita foi fundado, em 1932, a educação não era acessível a todas as pessoas, e era limitada a instrução individualizada nas escolas religiosas em mesquitas nas áreas urbanas. Essas escolas ensinavam leis islâmicas e habilidades básicas de leitura. No final do século XX, a Arábia Saudita possuía um sistema educacional que cobria todo o país, provendo treinamento gratuito da pré-escola até a universidade a todos os cidadãos.
O estudo do Islã permanece como o centro do sistema educacional da Arábia Saudita. Os aspectos islâmicos do currículo nacional foram examinados em 2006 em um relatório por Freedom House. O relatório percebeu que nas classes de educação religiosa (e em qualquer escola religiosa) as crianças eram ensinadas a depreciar outras religiões, assim como outras ramificações do Islã. O currículo de estudos religiosos da Arábia Saudita é ensinado fora do reino em madraçais espalhados pelo mundo.
Cultura

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Cultura da Arábia Saudita




A Arábia Saudita tem atitudes e tradições, muitas vezes derivadas da centenária civilização árabe tribal. Esta cultura foi reforçada pela interpretação wahhabista austeramente puritana do islamismo, que surgiu no século XVIII e agora predomina no país. As muitas limitações sobre o comportamento e a vestimenta são rigorosamente aplicadas legalmente e socialmente. Bebidas alcoólicas são proibidas, por exemplo, e não há teatro ou exibição pública de filmes. No entanto, o Daily Mail e o Wikileaks indicam que a família real saudita aplica um código moral diferente para si mesma ("WikiLeaks: ...príncipes sauditas ostentam bebidas, drogas e sexo. Os nobres desrespeitam as leis puritanas em festas para jovens da elite, enquanto a polícia religiosa é obrigada a fechar os olhos.") A expressão pública de opinião sobre questões políticas ou sociais internas é desencorajada. Não existem organizações como partidos políticos ou sindicatos para servirem como fóruns públicos.
A vida cotidiana é dominada pela observância islâmica. Cinco vezes por dia, os muçulmanos são chamados para a oração pelos minaretes de mesquitas espalhadas por todo o país. Como a sexta-feira é o dia mais sagrado para os muçulmanos, o fim de semana era quinta-feira e sexta-feira. A partir do dia 29 de junho de 2013 o fim de semana foi transferido para sexta e sábado, para melhor servir a economia saudita e seus compromissos internacionais. De acordo com a doutrina wahhabista, apenas dois feriados religiosos são reconhecidos publicamente, o Eid ul-Fitr e o Eid al-Adha. A celebração de outros feriados islâmicos, como o aniversário do Profeta e o Ashura (um feriado importante para os xiitas), é tolerada somente quando celebrada localmente e em pequena escala, do contrário é proibida. Não há feriados religiosos não-islâmicos, com exceção do dia 23 de setembro, que comemora a unificação do reino.